Escultura e Pintura Neoclassica

Escultura


Temáticas: Históricas, literárias e mitológicas
Principais escultores: António Canova, Jean-Antoine Houdon; Thorvalsden




Caso pratico : Canova, Psiché Reanimada pelo Beijo do Amor

Representa o movimento da escultura grega helenística, assim como a beleza ideal, a simplicidade e a sensualidade subtil, tudo virtuosamente polido. Psiché, a alma platónica, adormecida pelo efeito dos perfumes mortais, renasce devido ao beijo do amor.

Pintura

A pintura neoclássica teve influencias do iluminismo, humanismo, individualismo e classicismo. Apresenta formas racionais, simples, austeras e geométricas em temas mitológicos, históricos ou heróicos. Na monumentalidade das telas, aparece o desenho rigoroso e linear, o perfeccionismo técnico, minúcia, predominância da linha de contorno e do volume sobre a cor(cores e tons frios apelando ao pensamento, à razão e não à emoção). A estética é naturalista e a idealização da realidade é conseguida pela adaptação de modelos absolutos e perfeitos. 

Caso pratico: Jaques-Louis David, O Juramento dos Horácios, 1784

Arquitectura Neoclassica

A arquitectura neoclássica tem inspiração clássica como se pode ver através dos arcos romanos, frontões triangulares, plantas em cruz grega circulares ou quadradas, com integração de novos progressos técnicos(sistemas construtivos simples) formas regulares, geométricas e simétricas, uso das abobadas e cúpulas através de materiais nobres como pedra, mármore, granito, madeiras, ladrilho e ferro fundido; frisos e panos murais lisos e decorados; linhas rectas. 

Neoclassicismo-contexto cultural

O Neoclassicismo nasceu, historicamente, no final da Idade Moderna a partir do desenvolvimento industrial através das revoluções industriais (conjunto de alterações económicas e socio-culturais que resultaram do aparecimento da manufactura, modo de produção que permitiu produzir mais em menos tempo e em menores custos). As revoluções liberais também tiveram um papel fundamental, apoiadas pelos iluministas(filósofos, intelectuais aristocratas e burguesia). Esta arte nasceu em Itália pelos vestígios da antiguidade clássica que vai servir de modelo para esta arte; em França pelos ideias de Napoleão e na Grã-Bretanha pela industria.




O neoclassicismo surgiu como reacção à artificialidade do rococó e impôs como prática a simplicidade, nas linhas, formas, cores e temas, bem como o aprofundamento de ideias e sentimentos. Inspirou-se nas formas primitivas da arte clássica: o puro contorno linear, a abolição do claro-escuro. Para os escultores neoclássicos, a essência da pureza residia no mármore branco da estatuária grega. No neoclassicismo, o espírito científico, racional e didáctico dos enciclopedistas do Século das Luzes associou-se ao mítico retorno à Natureza propagado por Rousseau. Para os artistas neoclássicos os conceitos de racionalismo e sensibilidade não eram opostos. A compaixão é própria das pessoas virtuosas e a temática neoclássica pretendia exaltar a virtude. Mas tal como a teoria mítica do bom selvagem provou ser utópica, também o foi um estilo que viu na Arte Clássica e nos heróis de Plutarco os modelos de perfeição a reinstalar no mundo.

Caso Português

Arquitectura em Portugal:

Ornamentação excessiva e flamejante
Conchas e vegetação fantásticas
Esculturas
Sensualidade rocaille
Conjugação da natureza com a arquitectura

Pintura Barroca

O Baloiço (1768), foi uma obra encomendada por Sr. Saint-Julien, com o objectivo de mostrar uma situação romântica entre si e a sua amante.

A cena é retratada num jardim, com o cavalheiro praticamente deitado entre as folhagens e o balançar da dama que é controlado por um bispo que está menos explícito.

Fragonard também ao elaborar O Baloiço, teve em conta a preocupação em fazer do seu quadro uma critica à sociedade cortesã, através do importantíssimo pormenor de existir um bispo a empurrar a dama. A crítica mostra que os homens do clero permanecem a colaborar nos actos corruptos da nobreza; o facto de estar a empurrar a dama para o nobre, demonstra uma sociedade fútil, de valores irreais e situações amorosas ilícitas dentro da corte com o conhecimento e participação do clero. Para completar o desfecho a esta critica, está presente uma estátua de um querubim do lado esquerdo da imagem, que faz o gesto de silêncio, mostrando uma conivência das figuras da corte e do clero.

A disposição das personagens está de forma organizada através do triângulo imaginário, onde o centro de interesse, que por sua vez, é a dama no meio. Visto que o centro de interesse é a dama, a luz é predominante na personagem de forma a destacar-se entre os outros elementos.

A temática do jardim, recorre a um carácter intimista a fim de retratar o erotismo, este está estritamente ligado à abundância de troca de olhares dos amantes e também no pormenor do sapato que se solta do pé da amada, sugerindo algo mais provocador. A face das personagens é totalmente impessoal, transmitindo assim a ideia de perfeição, inspirada pelos biblotsda época; mas por sua vez, existe um contraste no Sr. Saint-Julien em que mostra uma face perfeita mas, a sua posição “desleixada” e teatral retrata um romantismo mais acentuado e caracteriza-o de forma galante para dar ênfase à imagem. Outros “acessórios” do romantismo é a inclusão das estátuas ligadas à mitologia, tal como os querubins que estão estritamente ligados ao amor; no quadro, especialmente os que estão ligeiramente por baixo do baloiço. O querubim do lado esquerdo olha de forma deliciada para a dama, enquanto o outro, recusa-se a olhar, logo, pode-se afirmar que continua bem presente a critica dos valores.

O pintor retrata meticulosamente os pormenores do panejamento, dando importância às cores na mesma, principalmente com a dama, teve o cuidado de utilizar uma cor que chamasse à atenção do observador para que o seu olhar seja directamente reencaminhado para o centro de interesse. A importância da representação da dama nos quadros da sociedade cortesã, não se apenas limita ao prazer, mas sim realçar a importância da mulher culta que permanece nos salões para discutir, debater as próprias ideias.

O quadro contém a presença de duas linhas com grande força que são as linhas do baloiço, que são visivelmente diagonais, o que causa logo a sensação de movimento no quadro, tornando-o assim mais dinâmico aos olhos do observador.

A presença de influências orientais estão explicitas no quadro O Baloiço, através das ramificações da vegetação. Com o aparecimento da porcelana da China, para criar os biblots, os franceses na época do Rococó, não só importaram a porcelana chinesa mas sim também a sua imagem. Em inúmeras obras, a presença desta influência faz-se notar não só como parte de ornamentos naturais, como neste quadro, mas sim a própria figura do Chinês e também a sua arquitectura, sendo este um factor bastante importante para a arte do Rococó.

Outra característica bastante importante no Rococó e neste quadro em particular, é o exagero de pormenor na decoração, tal como as folhas e nas nuvens. Consequência; faz com que o exagero dos pormenores e das cores aproxime o quadro mais à realidade.

Concluindo, este quadro de Fragonard mostra que a estética da pintura do Rococó se enquadra na sociedade setecentista com as suas características mais notórias, dando ideia de fazer parte de um mundo artificial de sonhos, cheio de ilusões, refinado mas também brincalhão e ao mesmo tempo bastante erótico, mostrando os desejos mais íntimos de cada um. E é por isso que gosto dele.

Temática: Profana/mitológica

Características/composição: cores claras na paisagem e mais atrativas na dama para chamar mais atenção com os tons de vermelho, dinamismo atraves das linhas do baloiço, linha do horizonte baixa, teatralidade, sedução.

Escultura Barroca

Características gerais da escultura Barroca

Composições rítmicas, exuberantes e de tendência decorativa

Ornamentos mais ricos e ligados ao mundo marinho

Cromatismo baseado nos brancos, azuis e rosas

Reflectida na decoração de interiores

Valorização das ambiências

Decoração e frivolidade

Exuberância e alegria

Imaginação rica

Sensualidade

Teatralidade

• Temáticas:  Retrato, mitologica, cenas do género, festas galantes
• Materiais: pedra, bronzeouro, prata, madeira, estuque, gesso

exemplos: 

P.Persico e T. Solari, Fonte de Diana 1770-80 Jardins do Palacio Real de Caserta, Nápoles

Arte do Rococó

Artes Menores:


--- »  Decoração de interiores 

1. cerâmica
2. tapeçaria
3. ourivesaria
4. mobiliário

Arquitectura

• Traçado exterior simples
• Conceito de interior - conforto, comodidade e intimidade
• Utilização de elementos decorativos barrocos- linhas irregulares ondulantes, irregulares e assimétricas
• Conchas, algas, rocalhos e chonoiseries
• Uso de materiais fingidos
• Esculturas

1. Arquitectura civil:

Hotéis e palácios: -Fachadas; - Portas e janelas de maior dimensão;  - Arcos de volta perfeita;  - Decoração exterior concentrada nas portas e janelas;  - Ferro forjado;  - Frontoes quebrados.

1. Arquitectura Religiosa:

Plantas longitudinais; Exteriores simples mas cheios de janelas; uso da concha como ornamentação; decoração interior de mistura de pintura com a escultura.

Bousseau

• Personalidade viva e plurifacetada
• "teoria do bom selvagem" crença de que todo o homem é, à nascença, naturalmente bom e corrompido pela sociedade e pelos vícios da civilização
• Todas as sociedades deveriam assentar no contrato social, acordo estabelecido entre os indivíduos e a sociedade que legitima a transferência do poder, na condição do interesse da comunidade dos  governados (é pelo contrato social que se institui o Estado e os seus órgãos) 
• O regime ideal seria o da aristocracia electiva, cuja autoridade fosse periodicamente controlada por assembleias de cidadãos Grande influência da Revolução Francesa
• Educação negativa, progressiva e de experimentação directa que visa preservar a leberdade natural da criança, promover a sua liberdade moral e o gosto por aprender.
• Percursor do Romantismo na Europa.

Europa das Luzes

• Conhecimento racional que exclui o erro e a superstição
• Valorização do individuo pela sua inteligência e vontade de desvendar os segredos do universo.
• Libertação do Homem  da servidão, dos preconceitos, dos erros e das injustiças
• Visão optimista do futuro
• Marcada pelo crescimento económico, demográfico e cientifico-técnico
• Condenação da tradição
• Criação da Enciclopédia

Cultura do Salão

• Com dependência nobre, amplas dimensões e com uma enorme valorização na decoração de interiores, a beleza requintada e a elegância não poderiam faltar.. 
• O luxo, a exuberância, a sensualidade e o intimismo era muito característico.
• Era o centro da vida social, cultural e artística.

Rococó visto Economicamente, Socialmente, Politicamente e Culturalmente até às Revoluções Liberais

• Economicamente:

Novo dinamismo ligado aos campos reanimados pelos bons anos agriculas, pela aplicação de novas técnicas e processos de cultivo.

O desenvolvimento técnico como as manufacturas(que levou à Revolução Industrial). O crescimento demográfico e essencialmente o apoio da burguesia. 

• Socialmente:

A sociedade de ordens deu lugar a uma sociedade de classes; O crescimento demográfico e essencialmente o apoio da burguesia economicamente. 

• Politicamente:

Liberalismo(doutrina centrada na defesa e direitos dos homens, encarados como direitos naturais)

Monarquias constitucionais ou Republicas

• Culturalmente:

Propagação do pensamento iluminista que considerava a ciência e todo o conhecimento cultural como motores de progresso e felicidade.

Este, serviu também de suporte às revoluções liberais.

Título: Eros e Psique (1798) 

Autor: François Gérard

Museu: Museu Nacional do Louvre

Estilo: Neoclassicismo Francês

Caracter: Óleo 180 x 132 cm.

liberté, d'égalité et de fraternité

Bonaparte

Um dos maiores mitos da França de todos os tempos, Napoleão Bonaparte escreveu o seu nome na história pelas conquistas que realizou. Durante quase dez anos (de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814), foi o imperador da França, adotando o nome de Napoleão 1º.

No entanto, a sua subida ao poder aconteceu bem antes: em 1799. Além disso, conquistou e governou grande parte da Europa central e ocidental. Os seus biógrafos têm uma explicação para o sucesso militar empreendido por Napoleão: o seu talento de estrategista, a sua facilidade para empolgar soldados com promessas de glória e riqueza e o seu grande espírito de liderança.

Com a sua popularidade em alta, não demorou para que o general assumisse o novo regime monárquico, implantado no país em 1804. Na festa, realizada na Catedral de Notre -Dame, um detalhe do poderio de Napoleão Bonaparte. Em um ato surpreendente, o imperador retirou a coroa das mãos do papa Pio 7º, que tinha viajado exclusivamente para a cerimônia, e a colocou em sua cabeça. Em seguida, também coroou a sua esposa, Josefina.

Em 1806, Napoleão Bonaparte decreta o bloqueio continental contra a Inglaterra. Para enfraquecer os seus "inimigos", a França proíbe que qualquer país europeu abra seus portos para realizar transações comerciais com a Inglaterra. Com uma disposição fora do comum para as batalhas, Napoleão Bonaparte foi colhendo inimigos. O seu poder começou a ruir quando deu ordens para invadir a Rússia.

Mesmo tento ocupado a capital Moscou, os russos não se entregaram ao Exército napoleônico porque contavam com o "rigoroso inverno". Com o frio, os soldados franceses foram ficando sem abastecimento e não tiveram outra alternativa a não ser o recuo. Alguns historiadores contam que, de um total de 600 mil homens, apenas 37 mil sobreviveram nesta invasão.

Fragilizado, o general viu os seus inimigos invadirem a França e Napoleão Bonaparte foi obrigado a renunciar ao trono de imperador em abril de 1814, e ficou exilado na ilha de Elba. Depois, ainda tentou voltar ao poder, mas foi derrotado na célebre Batalha de Waterllo, no dia 18 de junho de 1815. Três dias depois, Napoleão Bonaparte seguiu para outro exílio, na ilha de Santa Helena, onde morreu no dia 5 de maio de 1821. O mito agora fazia parte da história.

Napoleao !

Livros sobre Napoleão Bonaparte

Napoleão - Uma Biografia Política
Autor: Englund, Steven
Editora: Jorge Zahar

Os Crimes de Napoleão
Autor: Ribbe, Claude
Editora: Record

As Pirâmides de Napoleão
Autor: Dietrich, William
Editora: Mercuryo

Napoleão
Autor: Lentz, Thierry
Editora: Unesp

Napoleão e seus Colaboradores
Autor: Woloch, Isser
Editora: Record

Napoleão
Autor: Stendhal
Editora: Boitempo Editorial

A Batalha de Waterloo - A Última Jogada de Napoleão - Coleção Fazendo História
Autor: Roberts, Andrew
Editora: Ediouro RJ

A Força do Estilo de Napoleão
Autor: Mendonça, Euclides
Editora: Thesaurus

Miragem - Os Cientistas de Napoleão e Suas Descobertas no Egito
Autor: Burleigh, Nina
Editora: Landscape

A Morte de Napoleão
Autor: Leys, Simon
Editora: Companhia das Letras

Napoleão
Autor: Kaplan, Nelly
Editora: Rocco

Dom Quixote

Dom Quixote

    Dom Quixote de La Mancha é um livro escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616). É composto por 126 capítulos, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615.
    O protagonista da obra é Dom Quixote, um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a razão por muita leitura de romances de cavalaria e pretende imitar seus heróis preferidos. O romance narra as suas aventuras em companhia de Sancho Pança, seu fiel amigo e companheiro, que tem uma visão mais realista. A ação gira em torno das três incursões da dupla por terras de La Mancha, de Aragão e de Catalunha. Nessas incursões, ele se envolve em uma série de aventuras, mas suas fantasias são sempre desmentidas pela dura realidade. O efeito é altamente humorístico.
    O livro é estruturado em duas partes, a primeira maneirista, enquanto a segunda é mais barroca. Enquanto a primeira parte da obra deixa a impressão de liberdade máxima, a segunda parte produz a sensação constante de nos encontrarmos encerrados em limites estreitos. Essa sensação é sentida mais intensamente quando confrontada com a primeira parte. Se anteriormente, a ironia era, sobretudo, uma expressão amarga da impossibilidade de dar realidade a um ideal, com a segunda parte nasce muito mais da confrontação das formas da imaginação com as da realidade. Cervantes dá a sua própria definição da obra: "orden desordenada (...) de manera que el arte, imitando à la Naturaleza, parece que allí la vence". O processo adotado por Cervantes - a paródia - permite dar relevo aos contrastes, através da deformação grotesca, pela deslocação do patético para o burlesco, fazendo com que o burlesco apague momentaneamente a emoção, estabelecendo um entrelaçado espontâneo de picaresco, de burlesco e de emoção. O conflito surge do confronto entre o passado e o presente, o ideal e o real e o ideal e o social.
   Para concluir: Dom Quixote e Sancho Pança representam valores distintos, embora sejam participantes do mesmo mundo. É importante compreender a visão irônica que o romancista tem do mundo moderno, o fundo de alegria que está por detrás da visão melancólica e a busca do absoluto. São mundos completamente diferentes. Sancho Pança o fiel escudeiro de Dom Quixote é definido por Cervantes como "Homem de bem, mas de pouco sal na moleirinha". É o representante do bom senso e é para o mundo real aquilo que Dom Quixote é para o mundo ideal. Por fim, a história também é apresentada sob a forma de novela realista: ao regressar a seu povoado, Dom Quixote percebe que não é um herói, mas que não há heróis.

Bem vindo a uma aula de História e Cultura das Artes bastante interessante :)

Como está toda gente? Pronta para mais um ano de estudar/decorar, estudar/decorar e continuar a estudar/decorar HCA?
Não me parece que seja preciso fazer um drama, pois este ano vai ser bem diferente :)
Vou publicar aqui, semanalmente, a matéria e curiosidades que for dando nas aulas da Prof. Olga Marques .
Podem ajudar-me fornecendo informação  sobre qualquer tema que acham interessante ou então comentando as minhas publicações .
Obrigada, até breve :)